Com impossibilidade de uso do Rio Doce desde o rompimento da barragem da Samarco em 2015, revitalização da Prainha do Jaó é recebida com Nota de Protesto pela população de Tumiritinga
Por Comunicação da ATI do CAT
Foi realizada nos dias 18 e 19 de março a solenidade de entrega da revitalização da Prainha do Jaó, em Tumiritinga (MG). A obra, executada pela Fundação Renova, que custou dois milhões e trezentos mil reais, foi recebida com Nota de Protesto pela população local, que desde o rompimento da barragem da Samarco (BHP e Vale), em 2015, não pode acessar o Rio Doce para realização de suas atividades econômicas, culturais e de lazer.
A Prainha do Jaó situa-se às margens do rio Doce, em uma região central no município de Tumiritinga. Tombada como Patrimônio Cultural pelo IPHAN, a Prainha do Jaó é historicamente utilizada como espaço para realização de atividades culturais e de lazer, não somente pelos moradores de Tumiritinga, mas também pela população do entorno. A tradição de realização de atividades na Prainha, fez com que o município fosse reconhecido como um dos melhores carnavais da região, assim como outras atividades relacionadas ao turismo. Após o rompimento da barragem da Samarco, e a impossibilidade de uso das águas do rio Doce, todas estas atividades foram interrompidas, causando uma sequência de danos e prejuízos à população.
Prainha do Jaó e Área de Lazer com as placas de licenciamento e identificação da Obra – Fotografias de Wan Campos – Equipe de Comunicaçã da ATI do CAT
Os atingidos também enfrentam graves problemas no abastecimento de água potável no município, apontando como prioridade, uma captação alternativa de água, que até o momento não foi solucionado pelas empresas responsáveis pelo desastre-crime.
Atualmente, a praia revitalizada pela Renova possui uma placa que proíbe a entrada no rio. Em nota, a população de Tumiritinga protesta contra o alto investimento e a execução da obra. “Esta obra que custou mais de 2 milhões e 300 mil reais não vai trazer nosso turismo de volta. Não vai trazer nossa água, nosso rio, ou nossa prainha do Jaó de volta. De quê adianta uma revitalização de uma praia, se na água não podemos nadar?”, manifesta o documento.
Confira a Nota de Protesto na íntegra: