
A equipe do CAT ATI esteve presente nos Núcleos de Base, do território 05. Foto: Wan Campos/CAT ATI.
Ao longo do último mês, o CAT ATI deu sequência às reuniões com o Núcleo de Base do Território 05, promovendo espaços de diálogo para o levantamento de demandas coletivas nas comunidades atingidas de Tumiritinga e Galiléia, visando a elaboração de projetos comunitários previstos nos anexos do Novo Acordo Rio Doce.
Durante os encontros, um dos principais questionamentos levantados pelas pessoas atingidas foi a falta de informações sobre a divulgação de editais e projetos que serão executados com recursos da repactuação, com destaque para o Anexo 6, que prevê um Fundo de Participação Social criado para financiar projetos escolhidos pelas comunidades, visando geração de renda, valorização dos modos de vida locais e redução das desigualdades.
A equipe de Projetos esclareceu que o objetivo desta fase inicial é levantar as necessidades prioritárias das comunidades e compreender seus anseios para a construção de iniciativas que dialoguem com a reparação dos danos contínuos gerados pelo rompimento da Barragem de Fundão – desastre-crime que completou 10 anos no último mês.
Entre as ideias apresentadas pelas comunidades estão projetos voltados ao plantio de água – construção de barraginhas, curvas de nível e caixas secas – demandas sobre a captação e abastecimento de água, como captação por fontes alternativas e a construção e manutenção de poços artesianos. além da instalação de energia elétrica fotovoltaica para fortalecer a produção agrícola e até mesmo o abastecimento básico das famílias, juntamente com a aquisição de equipamentos para uso nas propriedades rurais.

Acampamento Boa Esperança. Foto: Wan Campos/CAT ATI.
Preocupações com o Futuro
O sentimento de espera e incerteza permanece entre as famílias atingidas. Para muitos, o futuro ainda é marcado por dúvidas e apreensão. “As pessoas estão envelhecendo e não têm mais o que fazer. Uma área de lazer seria muito boa para que a gente possa aproveitar melhor a velhice”, afirmou Gilseni Januário, moradora do território.
A retomada das atividades econômicas também é motivo de preocupação. “Eles falam muito sobre voltar a plantar, mas como a gente vai retomar se não sabemos a qualidade do solo e da água?”, questionou Levi Gonçalves, destacando a necessidade de estudos e garantias antes de reativar a produção.

Assentamento Cachoeirinha. Foto: Andressa Zumpano/CAT ATI.
Caminhos previstos no novo acordo
Homologado em novembro de 2024, o Novo Acordo do Rio Doce prevê a criação e implementação de projetos comunitários para apoiar a reconstrução econômica, social e ambiental dos territórios atingidos. Os Anexos 05, 06 e 12 tratam especificamente de ações estruturantes que envolvem diagnósticos, retomada econômica, investimentos produtivos e o fortalecimento das comunidades.
As reuniões de Núcleos de Base do CAT ATI seguem, com o compromisso de ouvir as comunidades, sistematizar suas demandas e apoiar a construção participativa dos projetos que irão atender às realidades locais.







