Uma das áreas degradas no município de Tumiritinga. Foto: Miriã Fuly/CAT ATI
O município de Tumiritinga, localizado na Bacia do Rio Doce, foi instituído como uma das áreas prioritárias para a implementação das ações de recuperação ambiental como parte das iniciativas de compensação pelos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco (VALE/BHP), em Mariana (MG). De acordo com a Nota Técnica CT-Flor nº 05/2024, o programa PG26, que visa a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e áreas de recarga hídrica, impactadas pelo desastre, deve contemplar o município de Tumiritinga, apesar de ter sido excluído pelos estudos de priorização em 2018. Para alcançar esse resultado, a participação de atingidas e atingidos de Tumiritinga e do CAT/ATI na 65ª reunião da Câmara Técnica de Reflorestamento (CT-Flor) no dia 26 de junho em Governador Valadares foi de suma importância.
O Programa de Recuperação de APPs e Áreas de Recargas Hídricas, que tem como meta restaurar 40.000 hectares de áreas degradadas na Bacia do Rio Doce, tem avançado com cerca de 35.000 hectares já validados e em fase de execução. No entanto, o município de Tumiritinga, junto com o distrito de Regência, permanece como uma das localidades que ainda precisam de intervenções para restauração florestal e recuperação da vegetação nativa. Essa inclusão é fundamental para o cumprimento da Cláusula 161 do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), que prevê a recuperação ambiental das áreas mais impactadas.
Área degrada em Tumiritinga. Foto: Miriã Fuly/CAT ATI
Além das áreas já previstas para restauração, a Fundação Renova, responsável pela execução do programa, deverá priorizar a recuperação das APPs em grandes áreas contíguas, conforme estipulado pela Câmara Técnica de Restauração Florestal e Produção de Água (CT-Flor). O avanço desse projeto é essencial para a mitigação dos impactos ambientais de longo prazo, proporcionando não apenas a restauração do ecossistema, mas também a melhora da qualidade de vida para as comunidades que dependem dos recursos naturais da região.
O programa faz parte de um esforço maior para atender às deliberações do Comitê Interfederativo (CIF), que monitora a reparação dos danos causados pelo crime socioambiental ocorrido em 2015. Para Tumiritinga, a recuperação das áreas degradadas representa um importante passo na luta pela revitalização do meio ambiente e pela recuperação dos modos de vida dos territórios atingidos, que têm suas economias locais diretamente ligadas à saúde dos recursos naturais do Rio Doce e aos recursos hídricos do território.